DEGENERAÇÃO NODULAR DE SALZMANN
RELATO DE UM CASO
DE
FRANCISCO ADRIANO DE ALMEIDA *
FERNANDO QUEIROZ MONTE *
KARLA FEITOSA XIMENES VASCONCELOS **
THIAGO BESSA ALMEIDA GONÇALVES **
* Médico oftalmologista da Sociedade de Assistência aos Cegos - SAC
** Residente de oftalmologia da Sociedade de Assistência aos Cegos - SAC
XV Simpósio Cearense de Oftalmologia
III Fórum de Saúde Ocular do Estado do Ceará
18 a 20 de novembro de 2004
Fortaleza - Ceará
INTRODUÇÃO: A degeneração nodular de Salzmann geralmente é assintomática, ainda que também possa se associar a alterações corneanas pré-existentes, principalmente as de caráter inflamatório e crônicas. Podem ocorrer fotofobia e borramento da visão. INCIDÊNCIA: A maioria dos pacientes afetados são mulheres entre a quinta e a sétima década de vida. Podem haver ou não antecedentes de patologia ocular prévia. ACHADOS BIOMICROSCÓPICOS: Opacidades corneanas nodulares superficiais e profundas, dispersas pela córnea. O diagnóstico de degeneração nodular de Salzmann é eminentemente clínico. ICOS: Na microscopia óptica, histologicamente o estroma superficial apresenta extensos depósitos de material eosinófilo, amorfo, extracelular, intensamente positivo com os corantes do ácido periódico de Schiff (PAS) e tricrômio de Masson TRATAMENTO: Expectante. O transplante de córnea pode ser sugerido se a acuidade visual do paciente ficar severamente afetada. |
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OBJETIVO: Relatar um caso de degeneração nodular de Salzmann documentado em nosso serviço em setembro de 2004. |
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RELATO DO CASO: MMRN, fem, 52 anos, Q.P.: Revisão dos óculos H.D.A.: Relata borramento visual . Tem história de trauma ocular há 20 anos com ponta de caneta, sem precisar exatamente em que olho aconteceu. Nega hiperemia ocular ou ardor. D.S.A.: Nega DM e HAS. Nega tabagismo e etilismo. A.F.M.: Tio c/ glaucoma. Prima de 2º grau cegou aos 15 anos (SIC) INSPEÇÃO: ndn A.V. C/C: OD: 20/20-2 e OE: 20/50+1 BIOMICROSCOPIA: OD : ausência de hiperemia conjuntival, córnea c/ discretas opacidades estromais, localizadas principalmente nasal e temporalmente. OE: ausência de hiperemia conjuntival, lesões nodulares subepiteliais em córnea superior, inferior e temporal. F.O.: sem alterações PIO (aplanação): AO: 14mmhg MICROSCOPIA ESPECULAR: contagem de células normal, níveis de polimegatismo e pleomorfismo compatíveis com a idade da paciente. |
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DISCUSSÃO E CONDUTA: A literatura científica sobre a degeneração nodular de Salzmann é pobre. Há trabalhos mostrando que a patologia não progride no decorrer dos anos ou progride muito pouco. As queixas podem variar de uma leve irritação, borramento da visão, diplopia, ou assintomático, como é a maioria. Existem trabalhos na literatura associando a degeneração de Salzmann à doenças oculares preexistentes, principalmente inflamatórias, e traumas. Nós indagamos a associação deste caso com a história de trauma relatada pela paciente. Há relatos mostrando o uso de mitomicina C (0,02%) na conjuntiva com PTK para prevenir recorrência após o procedimento cirúrgico. O transplante de córnea poderá ser discutido se a AV ficar severamente afetada. |
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CONCLUSÃO: Assim, é preciso o oftalmologista estar atento para o diagnóstico da degeneração de Salzmann. Sendo uma patologia incomum , pode passar despercebida ou ser erroneamente diagnosticada, e a causa da provável BAV ser então associado a outra etiologia e incorretamente tratada. |
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