Jornal DIÁRIO DO NORDESTE
Quinta-feira - 28-09-2000
Fortaleza - Ceará - Brasil
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Selo é lançado no Dia do Doador de Órgãos

    No Ceará, esse foi apenas um dos eventos relacionados à II Campanha Nacional do Doador de Órgãos, desenvolvida desde o último dia 17, em parceria com a Associação Brasileira de Órgãos e Transplantes. Com o principal objetivo de conscientizar a população sobre a importância da doação de órgãos, a iniciativa “Doe Órgãos, Decida Pela Vida” é basicamente de caráter informativo e educacional. A campanha envolveu, ainda, uma palestra, no auditório Paulo Marcelo do Hospital Universitário Walter Cantídio.

    Segundo Luzialdo de Oliveira Costa, presidente da Associação dos Pacientes Renais do Ceará (Asprece), no próximo dia 5 de outubro, das 9:00h às 14:00h, haverá uma grande conscientização da população, na Praça do Ferreira, Centro. Na ocasião, serão distribuídos os cartões do Amigo do Transplante Renal, através do qual, simbolicamente, as pessoas se comprometem a disponibilizar seus órgãos para futuras doações. Também haverá entrega de folders e entre outros materiais educativos.

    A negativa familiar e o diagnóstico de morte encefálica tardio são os principais fatores que dificultam as doações, segundo informa a enfermeira Márcia Vitorino Sampaio, da Central de Transplantes do Ceará, uma das 23 existentes em todo o País. “Mas, a falta de informação e os falsos temores dos familiares ajudam a agravar ainda mais o quadro”.

    Por isso, a Secretaria de Saúde do Estado (Sesa) investe em campanha desse tipo, tanto que os profissionais de saúde também vêm sendo sensibilizados sobre a importância das doações. Estatísticas mostram que, no ano passado, 9 corações, 102 córneas e 77 rins foram transplantados, totalizando 188 cirurgias. Esse ano, até agora, já foram contabilizados 216 transplantes, o que evidencia a crescente conscientização das pessoas.

    Mas, segundo João David de Sousa Neto, coordenador do Transplante Cardíaco do Hospital de Messejana, as doações ainda não são suficientes para a grande demanda. “Estamos, atualmente, com 12 pessoas na fila de espera por um novo coração. No mês passado, contabilizamos dois óbitos de pacientes que não resistiram à espera”, informa.

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