Jornal DIÁRIO DO NORDESTE
Domingo - 22-06-2003
Fortaleza - Ceará - Brasil
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PESQUISA
Quais os erros e conseqüências de condutas inadequadas?
As uveítes são sempre um desafio para o oftalmologista, tanto pelas muitas interrogações que a cercam, como pelos males que podem causar à visão. Em Condutas Inadequadas em Uveítes, o oftalmologista Fernando Furtado chama atenção para os equívocos cometidos nas condutas das inflamação intra-oculares e as graves conseqüências, que muitas vezes poderiam ser evitadas ou atenuadas, se uma conduta adequada fosse instituída no início da doença. O trabalho científico, premiado no último Congresso Cearense de Oftalmologia, evidencia o despreparo dos colegas oftalmologistas frente as uveítes, principalmente as mais graves. O autor analisou o prontuário de 105 pacientes (de 8 a 70 anos) atendidos pela Sociedade de Assistência aos Cegos, no período de julho de 1999 a julho de 2002, com a colaboração dos residentes Vera Araújo, Cássio Chaves, Alexandre Sampaio e José Fernandes Jr. Primeira conclusão, cerca de um terço dos pacientes apresentaram algum erro na abordagem inicial ou tratamento prévio. Segundo Dr. Fernando Furtado, é importante uma boa anamnese, semiologia rigorosa e solicitação de exames complementares quando necessários. Diz que a relação médico-paciente deve ser cultivada, para se garantir assiduidade do paciente, maior obediência ao esquema terapêutico e ajustes na medicação. Alertamos aos oftalmologistas que quando não estiverem seguros diante de um quadro de uveíte, solicite ajuda de um colega ou serviço especializado. Encaminhar um paciente quando se estar em dúvida é uma conduta correta e muitas vezes salvadora. |
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Em função dos múltiplos fatores envolvidos nas abordagens das uveítes, torna-se difícil uma padronização na abordagem e no tratamento, embora existam princípios e rotinas que devem ser seguidos. No estudo são enumeradas, entre as principais condutas inadequadas: a falta de solicitação de exames dirigidos para possíveis etiologias dos casos de uveítes agudas ou crônicas, nos quais a descoberta de uma doença de base seria importante para o tratamento e prognóstico. A não utilização de terapêutica específica ou o uso apenas corticóides tópicos associados ou não a midriáticos e ciclopégicos ou corticóides sistêmicos ( no caso de ocorrência de uma lesão ativa em pólo posterior compatível com toxoplasmose e sorologia positiva). Também foi considerada inadequado o emprego de subdoses de corticóides tópicos e/ou sistêmicos quando o quadro de uveíte anterior ou posterior requeriam tratamento inicial mais agressivo para se tentar evitar complicações, a exemplo dos casos de síndrome de Vogt-Koyanagi-Harada, uveítes intermediárias severas e mesmo toxoplasmose. Não usar corticóide tópico onde seu uso era determinante; usar antibiótico tópico isolado quando o quadro era de uveíte; usar antiinflamatórios não-esteróides ou corticóides mais fracos (ex: fluormetalona) em uveíte anterior severa e vitreíte intensa.
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