Jornal DIÁRIO DO NORDESTE
Sábado - 07-08-2004
Fortaleza - Ceará - Brasil
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DEFICIÊNCIA VISUAL
Novo método facilita ensino das Ciências Exatas
Uma placa plástica perfurada
do tamanho de uma folha de papel ofício, pinos de metal e elásticos. Estes são os
equipamentos básicos do Método Multiplano, que promete revolucionar o ensino dos
portadores de deficiência visual brasileiros em disciplinas como a Matemática e a
Física. A novidade foi lançada nacionalmente ontem pela manhã no Instituto dos Cegos
Dr. Hélio Goes Ferreira, mantido pela Sociedade de Assistência aos Cegos (SAC). |
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Com base em informações passadas pelos
professores cearenses, o instrumento pedagógico foi aperfeiçoado. O kit multiplano é
composto por livro didático, CD-ROM, placa perfurada, pinos identificados em Braile e
Hindu-arábico, reta e parábola. Através desses recursos, os portadores de deficiência
visual aprendem a formar, por exemplo, figuras geométricas.
Em um segundo momento, os alunos passarão a aprender Matemática
em um software que reproduz a placa perfurada. Conforme Valdo Pessoa, os portadores de
cegueira terão noção de visão em 3º dimensão. Eles saberão o que é altura,
largura, inclinação, salienta. O professor Rubens Ferronato informa que através
desse instrumento os portadores deficiência visual poderão aprender Estatística,
determinante e matriz.
Cerca de 40 professoras do Instituto dos Cegos participaram,
ontem pela manhã, de uma capacitação. Dentro de aproximadamente um mês, eles estarão
ensinando, com base no multiplano, os aproximadamente 300 alunos matriculados naquela
unidade de ensino fundamental.
Com o Multiplano, os estudantes também podem aprender, por
exemplo, noções de Física, Química e Biologia. Os kits ainda são feitos
artesanalmente pelo próprio professor. Só este ano, fiz mais de 300, diz. Em
novembro ele recebeu o prêmio Tecnologia Social, oferecido pela Fundação Banco do
Brasil.
Ele garante que os R$ 50 mil da premiação serão utilizados na
confecção de mais kits. O material será distribuído gratuitamente para deficientes de
todo o País. O método foi desenvolvido durante três anos e meio na União Pan-Americana
de Ensino, em Cascavel, no Paraná.
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