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Jornal DIÁRIO DO NORDESTE
Sexta-feira - 17-09-2004
Fortaleza - Ceará - Brasil
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SOCIEDADE DE ASSISTÊNCIA AOS CEGOS
SAC faz 62 anos e homenageia dona Yolanda Queiroz


    Sociedade de Assistência aos Cegos (SAC), comemorado ontem à noite no Instituto dos Cegos, o Diário do Nordeste, que há dez anos imprime edições em braile (sistema de escrita em relevo), foi homenageado com uma placa, descerrada pela presidente do Grupo Edson Queiroz, dona Yolanda Queiroz, e pelo presidente da entidade, Waldo Almeida.

    Na mesma solenidade, dona Yolanda Queiroz recebeu a Medalha Dr. Hélio Góes Ferreira (que dá nome ao Instituto), comenda concedida pela Sociedade de Assistência aos Cegos também a Ivan Rodrigues Bezerra e, “in memoriam”, ao sócio-fundador da entidade, Valdemar de Alcântara, presidente entre 1961 e 1964.

Foto do Jornal Diário do Nordeste
Dona Yolanda Queiroz é cumprimentada pelo
presidente da SAC, Waldo Almeida

     Ainda na última noite, a instituição homenageou outras personalidades, entregando o Título de Sócio Benemérito a Dirce Bonavides Borges, Severino Gomes de Oliveira, Tarcíso Faria Freitas e, "in memoriam", a José Horácio Marques.

     HOSPITAL - Um dos momentos de destaque da solenidade foi o lançamento da pedra fundamental para a construção do Hospital da Sociedade de Assistência aos Cegos, na própria sede do Instituto dos Cegos, no bairro Monte Castelo, em Fortaleza.

     Segundo Waldo Almeida, a obra vai começar a partir da caixa d’água onde está a placa da pedra fundamental. O local é considerado por ele um marco para dar início aos serviços.

     Para viabilizar a construção dessa unidade de saúde, Waldo conta com a participação da sociedade na campanha, através da qual podem ser feitas doações pela conta 19980-X, agência 1218, do Banco do Brasil.

     DESAFIO - O hospital não é a única meta da Sociedade de Assistência aos Cegos. Estender as ações para o Interior é outro desafio da atual administração. No entender do presidente da instituição, "há muito portador de deficiência visual necessitando de ajuda pelo Estado".

     Atualmente, existem ações em Juazeiro do Norte e Pacoti, no entanto, conforme adianta Waldo, os trabalhos devem ser ampliados em breve.

     A programação de ontem chamou atenção também pela peça "Romeu e Julieta no Sertão do Ceará", encenada pelo grupo "Tudo a Ver", formado por alunos do Projeto Pedagógico Cultural do Instituto dos Cegos, com direção de Helô Salles.

Entidade oferece versão em braile do jornal para leitores

     Com 62 anos de existência, a Sociedade de Assistência aos Cegos congrega uma série de serviços. Todos voltados para a saúde, educação e a vida do portador de deficiência visual. Um deles é a publicação em braile do Diário do Nordeste, desde 1994, permitindo que 300 pessoas leiam o jornal diariamente na Biblioteca Braile Josélia de Almeida.

     Além disso, desde 1998 as matérias do Diário podem ser conferidas via computador pelo Sistema DOSVOX, que sonoriza as matérias. Para operar este sistema, a Sociedade de Assistência aos Cegos promove cursos que capacitam o portador de deficiência a utilizar o computador em sua vida diária. Dessa forma, ele é capaz de trabalhar, estudar e até se divertir, pois o DOSVOX também facilita a comunicação.

     Pioneira na educação desse público, a Sociedade de Assistência aos Cegos também foi inovadora na introdução do transplante de córnea no Ceará e a primeira a formar o Banco de Olhos, através do Hospital Alberto Baquit Júnior. Diariamente são realizadas, em média, 60 a 70 operações de pequeno a grande portes, incluindo cirurgias a laser e exames especiais sob sedação.

     Fundada em 1942, época em que a valorização do homem era determinada por requisitos estéticos hereditários e não pelos valores morais, a Sociedade de Assistência aos Cegos foi uma idealização do oftalmologista Hélio Góes Ferreira. Ele, o Padre Arquimedes Bruno e o desembargador Eugênio Rocha tiveram papel decisivo na transformação da história do deficiente visual do Ceará.

     Desde então, foi sendo formado um complexo de entidades, envolvendo escola, cursos de formação, hospital, imprensa, entre outras atividades voltadas para o desenvolvimento de uma vida saudável e independente para o deficiente visual.

     A grande lição que fica é de que o homem é capaz de transpor qualquer obstáculo. Mas para isso precisa primeiro acreditar que é capaz.


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