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Jornal DIÁRIO DO NORDESTE
Sexta-feira - 03-12-2004
Fortaleza - Ceará - Brasil
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VASTA PROGRAMAÇÃO
Dia do Voluntário comemorado no Instituto dos Cegos


     Uma vasta programação cultural marcou o Dia do Voluntário, que aconteceu ontem à tarde, no Instituto dos Cegos. Cerca de 100 voluntários que estiveram presentes puderam conferir vários trabalhos artísticos realizados pelos alunos atendidos no Instituto.

     Para homenagear todos esses profissionais que dedicam seu tempo livre em prol de pessoas mais necessitadas é que foram desenvolvidas atividades culturais. ‘‘É uma honra muito grande poder comemorar o dia do voluntário. Esta pessoa ímpar no seu trabalho’’, destacou o presidente do Instituto dos Cegos, Waldo Pessoa de Almeida.

     Para ele, resgatar o sentido da vida é a missão dos profissionais que cooperam diariamente com a reabilitação dos mais de 600 deficientes visuais atendidos pelo Instituto, entre crianças, adolescentes e idosos.

     A diretora da escola do Instituto dos Cegos, Luiza Marilac, ressalta que desde sua fundação sempre houve ajuda do voluntariado. ‘‘Há mais de 60 anos que a entidade existe, e sempre os voluntários puderam participar ativamente’’, ressalta.

     Entre as atividades programadas para homenagear os voluntários, um grupo teatral formado por crianças portadoras de deficiência visual abordou a questão da conscientização pela natureza, representando animais e plantas do ecossistema. No entanto, o que mais chamou a atenção foi quando a aluna Maria Carlizete leu o certificado em braile por ter concluído o curso de Informática. Ela agradeceu o trabalho que os voluntários fazem. ‘‘É muito bom. Todos nos ajudam nos cursos profissionalizantes que comecei desde 1984’’, ressalta.

     Uma iniciativa que já começou a dar certo é o projeto do Livro Falado. Os alunos participam ativamente e começam a gravar clássicos literários. Dos títulos gravados por eles estão ‘‘Iracema’’, ‘‘O Guarani’’, ‘‘O Menino do Dedo Verde’’ e ‘‘Helena’’.

     Todo este trabalho é desenvolvido para que o portador de deficiência visual sinta-se útil à sociedade e possa resolver os problemas do cotidiano, ressalta Waldo Pessoa de Almeida.

     De acordo com o presidente da entidade, ‘‘a cegueira não é mais uma desgraça. O que se deve fazer é algo sério para que estas pessoas sejam cidadãs’’. É o que confirmam as voluntárias presentes à comemoração. Desde que iniciaram seus trabalhos no Instituto dos Cegos, suas vidas mudaram muito. ‘‘O ritmo de vida que a gente leva agora é mais calmo. Existem pequenas coisas que antes não víamos, mas depois percebemos que é muito bom ajudar a quem precisa’’.


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