Jornal DIÁRIO DO NORDESTE
Segunda-feira - 10-09-2007
Fortaleza - Ceará - Brasil
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III CAMINHADA PELA NÃO-VIOLÊNCIA
Multidão marcha pela paz
Famílias inteiras, com adultos, crianças e
idosos, marcharam pela paz no início da noite de ontem, em Fortaleza |
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Seguindo pela avenida Leste-Oeste, desde a Igreja de Santa
Edwirges até o antigo kartódromo, famílias inteiras — com
crianças e até animais de estimação — levavam bandanas e
bandeiras contendo mensagens positivas.
Ao longo do caminho, cartazes traziam, afixados nos postes,
mensagens e fotos dos principais pacifistas da história. Com a
finalidade de trazer o clima de paz para o percurso, um carro de
som possibilitou a apresentação de bandas musicais do Ceará,
Pernambuco, Bahia e até uma cantora norte-americana.
A caminhada é uma realização do Movimento pela Paz e
Não-Violência (Movpaz). De acordo com o coordenador nacional da
organização, Clóvis Souza Nunes, essa é somente uma das 21 ações
do movimento, que serve para chamar a atenção da sociedade para
a situação da atualidade.
O coordenador do Movpaz de Fortaleza, Luiz Eduardo Girão,
lembrou que, afora a caminhada, uma das principais atividades da
entidade vem sendo desenvolvida nas escolas, com a modificação
dos conteúdos, que antes só enfocavam a guerra e agora trazem
informações sobre a vida de grandes pacifistas. “Hoje em dia,
todas as escolas de Maracanaú, Terezina e João Pessoa já
aderiram a essa forma de pensar”, afirma.
No ocasião, familiares de pessoas assassinadas estiveram na
avenida Leste-Oeste, como uma tentativa de afastar a violência
de suas vidas.
Um dos exemplos eram os parentes do médico oftalmologista
Francisco Waldo Pessoa de Almeida, presidente da Sociedade de
Assistência aos Cegos, que em 2006 abriu o evento e foi morto
por criminosos em dezembro último.
Renato Coelho, pai do vigilante José Renato Rodrigues,
assassinado pelo juiz Pedro Pecy Barbosa de Araújo, em Sobral,
há dois anos, também marcou presença, numa tentativa de reforçar
a memória do filho e evitar outras mortes semelhantes. Imagens
ao vivo da caminhada foram apresentadas em duas casas de
detenção de Fortaleza. De acordo com o Clóvis Nunes, o objetivo
era tentar levar a mensagem aos presos. “Eles são produto da
violência construída pela sociedade e essa cultura precisa ser
modificada”, explica.
ENQUETE - População se identifica com a causa
* Todo dia, para sair de casa, a gente tem que pedir a
Deus para ir e voltar em paz. Com esta caminhada, a gente
reforça o tema da paz - Antônio Roberto Paiva, 51 ANOS,
Comerciante
* É a primeira vez que venho para o evento, mas não quero
ficar com a mensagem só para mim, mas levá-la para as outras
pessoas da minha casa - Leonor Silva, 21 ANOS, Dona-de-casa
* Esse tipo de evento ajuda a diminuir a violência. Nós
precisamos pensar na paz, porque já temos muita morte e
sofrimento. Vindo aqui, pelo menos faço a minha parte -
Caubênia Pereira Barbosa, 54 ANOS, Dona-de-casa
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