Jornal DIÁRIO DO NORDESTE
Sábado - 21-05-1994
Fortaleza - Ceará - Brasil
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Instituto dos Cegos com Impressora para
Braille
É o segundo equipamento no País
A Sociedade de Assistência aos Cegos, entidade mantenedora do Instituto dos Cegos do Ceará, passou a contar com a segunda Imprensa em Braille do País. O equipamento computadorizado, composto de uma impressora, paginador a e. encadernadora, tem a capacidade de imprimir mil páginas por hora. Com isso, a idéia é suprir a carência de livros e periódicos para pessoas cegas, uma vez que essas não recebem, no Ceará, há dez anos, um livro didático editado em Braille. |
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A impressora, da marca Braillo 400 S, foi comprado na
Noruega, por USS 138 mil, através de recursos próprios da Sociedade. Com ela, os
deficientes visuais poderão ter acesso à leitura de jornais, revistas e livros. O
primeiro equipamento desse tipo a ser instalado no Brasil foi adquirido pela Fundação
Hilton Rocha (MG), a qual deverá apoiar a entidade cearense, com empréstimo de alguns
disquetes para a produção editorial.
Segundo o presidente da Sociedade, Valdo Pessoa de Almeida,
o alcance da aquisição da impressora será propiciar maior independência educacional
para a pessoa cega. "A nossa filosofia é de que o deficiente visual deve estudar,
trabalhar e ser independente, a fim de que não se torne um pedinte'', afirma. Ele diz que
a produção vai sair por um custo zero para o cego que procurar a instituição.
REGLETES
Para que a imprensa funcione, a Sociedade está
aguardando a vinda de um técnico da empresa norueguesa, fabricante do equipamento, com o
objetivo de fazer a montagem e treinar a mão de obra específica. Valdo diz que é
difícil precisar o número de pessoas que poderão ser beneficiadas com esse equipamento,
tendo em vista que não há estatísticas precisas sobre deficientes visuais no Ceará.
Segundo ele, o que se sabe é que no Brasil existem mais de meio milhão de pessoas
irremediavelmente cegas.
Valdo diz que o mais importante na compra desse equipamento é a
capacidade da instituição que completou 52 anos de existência como entidade
filantrópica ter recursos próprios para investir em melhorias para o atendimento ao
cego, sem contar com ajuda do governo ou subvenção outras. A nossa situação demonstra
que uma entidade filantrópica bem organizada pode se manter sem doação", salienta.
Um outro serviço que vem sendo mantido pela Sociedade, conforme lembra
Valdo Pessoa, é a fabricação de regletes, destinados aos deficientes cegos que possam
escrever e ler em Braille. Após um ano na confecção de pranchetas e punção para
perfuração dos caracteres, a entidade já produziu mais de duas mil unidades que também
vêm sendo doadas para pessoas cegas de vários Estados do País.
Para tanto, o interessado deve encaminhar uma carta ao Instituto dos
Cegos (Avenida Bezerra de Menezes, 840) e anexar um atestado médico, comprovando a
deficiência visual. "Estamos recebendo cartas de vários lugares do Pais e temos a
sorte de que a produção está satisfazendo a demanda", diz o presidente da
Sociedade.
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