Jornal DIÁRIO DO NORDESTE
Domingo - 14-08-1994
Fortaleza - Ceará - Brasil
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Serviço de Estimulação Precoce e Visual trabalha para amenizar
problema
Cresce número de crianças cegas antes dos 2 anos
Num momento em que os oftalmologistas,
através do Conselho Brasileiro de Oftalmologia, implementa a Campanha Nacional de
Reabilitação Visual do Idoso, Um fato grave vem ganhando espaços nas estatísticas
relativas a deficiência visual no Ceará e, com maior incidência em Fortaleza. É grande
o número de crianças praticamente cegas com menos de 2 anos de idade por falta de maior
acompanhamento na fase de gestação, aliada ao desinteresse dos pais e/ou desinformação
em providenciar a realização de exame ocular a partir do nascimento do bebê. |
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As mais modernas técnicas são empregadas por técnicos
especializados no trabalho com crianças com deficiência visual, para proporcionar-lhes
um desenvolvimento o mais normal possível em que pese as adversidades naturais provocadas
pela cegueira e/ou a reduzida capacidade de visão. Os resultados são os mais animadores
possíveis, a julgar pela desenvoltura das crianças, que permanecem sob a assistência do
Serviço até atingirem a idade escolar, quando passam a cursar a escola do Instituto
Hélio Góes Ferreira, permanecendo até a 4ª série do primeiro grau, adquerindo
condições de cursar escolas não especiais.
Por outro lado, as crianças que são examinadas e é constatada a condição
de recuperar a visão através de cirurgia, esta é providenciada no hospital da
Sociedade. Todas as despesas são pagas pelo Inamps, sem qualquer ônus para a família
dos menores. As consultas ocorrem às segundas e terças-feiras no Instituto dos Cegos, na
rua Padre Anchieta, no bairro Monte Castelo. O atendimento cresce a cada dia de consulta.
O oftalmologista Waldo Pessoa ressalta que as crianças passam por um rigoroso exame
Ocular que permite detectar quaisquer deficiências visuais, bem como é feito o devido
encaminhamento do caso.
Descaso
Waldo Pessoa destaca a importância dos pais levarem seus filhos
recém-nascidos para a realização de exame de vista, evitando problemas futuros, além
do desenvolvimento, físico, intelectual e profissional, apesar nas limitações causadas
pela falta de visão. Ele critica o que considera um descaso das autoridades de saúde de
não realizar um trabalho mais incisivo de acompanhamento das gestantes e, posteriormente,
dos recém-nascidos, evitando as deficiências visuais. Segundo ele, quase não é feito
exame ocular na criança quando do seu nascimento, daí os números alarmes de hoje.
Muitas nascem precisando de óculos de alto grau para Ter condição de enxergar,
relata.
O oftalmologista diz que famílias pobres acabam retendo suas crianças cegas
e casa até a adolescência, quando estas passam a colaborar para o aumento da renda
familiar, como pedintes. É preciso reverter esse quadro, aponta, destacando
que o Serviço de Estimulação Precose e visual do Instituto dos Cegos assume caráter
essencial para redução das estatísticas de cegueira em menores, particularmente os mais
carentes.
Operação de catarata
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O momento de operar a catarata, quem
decide é o doente, pois o melhor momento será aquele no qual ele desejar enxergar
melhor. A idéia antiga de operar a catarata somente quando cegar é totalmente errada.
Procedendo assim, o doente passará um longo tempo enxergando mal até a sua decisão.
Não existe medicamento para inibir o aparecimento da catarata, pois ela é conseqüência
do próprio tempo de nossa existência. |
Conforme Waldo Pessoa, a cirurgia da catarata pode
melhorar em até 90% a visão do paciente. Se optar pelo implante do cristalino
artificial, não necessitará usar óculos grossos e a qualidade da visão é bem melhor.
A anestesia é local e o paciente não sente nada em relação a dor. Ele passa pouco
tempo hospitalizado. Em regra, opera-se e sai no mesmo dia, passando apenas de duas a
três horas em repouso após o ato cirúrgico.
Para o oftalmologista, com a demora na decisão de se operar o paciente perde
vida útil. Fazer a cirurgia apenas depois de ficar totalmente cego é um pensamento
errôneo, que apenas prejudica a recuperação da visão, observa, lembrando a
importância da visita periódica ao oculista pelo menos uma vez ao ano como forma de
preserva a boa visão, evitando problemas no futuro. A maioria da população só
procura o especialista quando os seus problemas de visão já apresentam uma certa
gravidade, analisa. Posteriormente para as pessoas com idade acima de 40 anos,
considera fundamental a medição da pressão ocular periodicamente.
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