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Jornal DIÁRIO DO NORDESTE
Sexta-feira - 18-09-1998
Fortaleza - Ceará - Brasil
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Retinose pigmentar não é estudada no Estado


O objetivo do encontro foi criar um grupo de acompanhamento da doença e cadastrar portadores

Foto ''Retinose pigmentar não é estudada no
Estado'' do Jornal DIÁRIO DO NORDESTE
O diretor da Sociedade de Assistência aos Cegos, Valdo Pessoa Almeida,
quer formar grupo de estudo sobre a doença

     A retinose pigmentar, seus sintomas, possíveis causas e tratamentos. Este foi o tema abordado durante à tarde de ontem numa mesa redonda realizada dentro da 9ª Semana Social da Pessoa Cega, em comemoração ao 56ª aniversário da Sociedade de Assistência aos Cegos (SAC), que acontece amanhã, dia 19. O objetivo do encontro, segundo o diretor da SAC, Valdo Pessoa de Almeida, não era de apresentar soluções e sim, a partir de então, criar uma grupo de estudo sobre a doença, tendo apoio dos próprios portadores.

     Ele informou que até hoje não há, no Ceará, estudos voltados para esta doença que acomete a uma grande número de pessoas. O próprio percentual de portadores desta mal, que reduz a visão progressivamente levando o portador à cegueira, nunca foi contabilizado. O grupo servirá justamente para isso: cadastrar os portadores, os sintomas da doença e as possíveis causas de seu surgimento.

       A oftalmologista da Sociedade, Heloísa Viera, explicou que a doença, geralmente se manifesta por volta dos 10 anos de idade, não sendo fácil ser diagnosticada neste período. Na primária fase, a vista vai ficando turva e o portador sente dificuldade de enxergar à noite. Com o passar dos anos, vai diminuindo o seu campo visual, ele passa a não enxergar mais os objetos ao seu lado. E entre os 30 e 40 anos, a sua visão fica comprometida, podendo vir a cegar por completo.

     Ainda não há uma cura para a doença. Os pacientes estão sendo submetidos ao tratamento tradicional, que é a aplicação de vitaminas E e a utilização de recursos óticos. Na Europa, segundo a Heloísa Vieira, já estão sendo realizados os primeiros transplantes de retina em seres humanos. “Os resultados nas pesquisas no exterior estão sendo animadores, pois já há melhora significativa nos pacientes”, frisou.

     TRATAMENTO CUBANO — Sobre o tratamento realizado nos pacientes de retinose pigmentar em Cuba, o doutor Valdo Pessoa desconhece a sua eficácia. “A comunidade científica ainda não teve acesso ao trabalho realizado por eles. E não sabemos se ele tem dado resultado”, apontou. Comprovada ou não sua eficácia, o professor de história, Reginaldo Silva Barbosa, de Quixadá, presente ao encontro, informou que já esteve em Cuba duas vezes realizando este tratamento e o seu problema não progrediu mais.


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