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Terça-feira - 21-08-2007
Fortaleza - Ceará - Brasil
Ex-PM condenado a 32 anos pela morte de Waldo Pessoa


      A juíza Marlúcia de Araújo Bezerra, da 17ª Vara Criminal, sentenciou a pena de 32 anos de prisão para Antonio Edísio Lima de Sousa, acusado de participação no latrocínio (assalto seguido de morte) que vitimou o médico oftalmologista Waldo Pessoa, no dia 14 de dezembro de 2006. a ex-sargento da Polícia Militar está preso desde o dia 23 de janeiro deste ano. O outro assaltante, Washington de Oliveira Melo, o "Louro", morreu no dia do crime quando tentava fugir.

Foto do Jornal O ESTADO
Morto. Washington Melo, parceiro do ex-policial militar, morreu na
troca de tiros com o oftalmologista

      O promotor de Justiça responsável pelo caso, Marcus Renan Plácido de Sousa, informou ao jornal O Estado que, no processo contra Edísio de Sousa, com mais de 500 páginas, consta que ele havia sido exonerado da Polícia Militar, após dois anos de serviço, por mau comportamento a bem da disciplina. A expulsão são ocorreu há 18 anos. Ele explica ainda que casos de latrocínio não vão a júri popular, ou seja, a sentença é proferida por juiz singular. "Não é um crime doloso contra a vida, mas sim, contra o patrimônio", explica o representante do Ministério Público.

      » O crime. Dois bandidos entraram na clínica oftalmológica de Waldo Pessoa, localizada na Avenida Bezerra de Menezes, no bairro São Gerardo, por volta de 17 horas do dia 14 de dezembro de 2006. Eles se passaram por pacientes e depois anunciaram o assalto. Um deles entrou no consultório do médico e o ameaçou com um revólver calibre 38. Roubou uma quantia em cheques e fugiu. Waldo Pessoa, em virtude de ter sido anteriormente vítima de roubo, tinha uma arma guardada no consultório e trocou tiros com o bandido.
      Já do lado de fora da clínica, o oftalmologista disparou tiros contra o assaltante, que caiu morto, ao lado do posto de combustível que fica a menos de 100 metros da clínica. O outro bandido também saiu do consultório e atirou nas costas do médico, que foi encaminhado às pressas ao Instituto Doutor José Frota (IJF) , porém não resistiu à gravidade dos ferimentos.
      O oftalmologista passou nove anos à frente da Sociedade de Assistência aos Cegos, mais conhecida como Instituto do Cegos. Foi presidente da entidade de 1980 a 1986, e de 2003 até ser assassinado, no ano passado. Pouco tempo antes do cri-me, Waldo Pessoa tinha iniciado um projeto de consulta popular, no valor de 30 reais. Ele dedicou grande parte da vida profissional à filantropia.


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