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Sábado - 08-12-2001

Fortaleza - Ceará - Brasil
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Atendimento feito no Ceará é modelo


Deficientes Visuais

O presidente do Conselho Brasileiro de Oftalmologia, Suel Abujamra, disse ontem que o modelo de assistência integrado ao deficiente visual desenvolvido pela Sociedade de Assistência aos Cegos, será difundido entre outras unidades de atendimento no País.

      Os números não revelam a realidade. Mas calcula-se em um milhão o número de pessoas portadoras de deficiência visual no Brasil. O glaucoma (pressão alta do Olho) e as infecções são as principais causas de cegueira no País. O diagnóstico precose dessas doenças, divulgadas por meio de campanhas educativas freqüentes, devem ser prioridades das autoridades de Saúde. A observação foi feita pelo presidente do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), Suel Abujamra, que visitou ontem a Sociedade de Assistência aos Cegos (SAC), em Fortaleza.
      Esta foi a primeira vez que Suel visitou a entidade. O médico ressaltou o trabalho da entidade como sendo um modelo de assistência integrada ao deficiente visual. Isso porque a entidade contempla várias etapas do atendimento, passando pela consulta com especialistas, estimulação precoce, a educação especial, o contato com arte e cultura, profissionalização, a inclusão no mercado de trabalho e o acompanhamento da atividade. "Estou impressionado com o tipo de assistência que essas pessoas recebem aqui, pois temos que integrar o cego na sociedade e não ter compaixão", observou Suel.

     Ele lembrou que ainda são poucos os núcleos de assistência aos deficientes visuais no País, principalmente auto-suficiente, como é o caso de Fortaleza, que não precisa de verbas públicas para prestar serviço. Suel Abujamra diz que vai levar o modelo da SAC para as outras unidades no sentido de promover a integração das instituições e troca de experiências. O médico foi homenageado com o descerramento de uma placa comemorativa a visita oficial à instituição, apresentação do grupo musical do Projeto Ponto de Vista. Cerca de 40 jovens com visão subnormal (deficientes visuais e com pouca visão) participam do projeto Ponto de Vista, desenvolvendo atividades na área musical e de teatro.

Foto do Jornal O POVO
Suel Abujamra cumprimenta jovem do
Projeto Ponto de Vista

      Suel Abujamra percorreu as instalações dos serviços mantidos pela SAC, como o Instituto dos Cegos Dr. Hélio Goés Ferreira, que mantém 168 alunos do maternal à 5ª série. Ao concluir os estudos, eles são encaminhados para escola pública regular. Para ter acesso à educação, os pais devem procurar o serviço social de entidade. Geralmente, da estimulação precoce visual as crianças passam para escola. O médico visitou ainda a Clínica Iêda Otoch Baquit, que atende em média 300 pessoas por mês, entre pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) e convênios particulares.
      Waldo Pessoa, diretor médico da SAC, diz que a filosofia da entidade é tornar o deficiente visual um cidadão, oferecendo-lhe assistência da infância à vida adulta. "Hoje não se vê deficiente visual pedindo esmolas e os dois que vivem como pedintes já foram abordados por nossa equipe, porém, não quiseram se profissionalizar".

O CIDADÃO

Problema congênito não impede criança de ir à escola

Foto do Jornal O POVO
Paulo Víctor com a mãe Lucilânia: problema identificado
ao nascer

      Paulo Vítor, um ano e dois meses, é uma criança esperta e no próximo ano já vai começar a freqüentar a escola especial do Instituto dos Cegos. Ele tem glaucoma congênita (nasceu com a doença) e o pouco que enxerga é pelo olho direito. O menino já nasceu sem a visão do olho esquerdo. "No começo fiquei triste, mas aqui na Sociedade de Assistência aos Cegos aprendi que ele pode estudar, se profissionalizar e trabalhar como uma pessoa normal". Lucilânia da Silva, 25, mãe de Paulo Victor, não pretende ter outros filhos. Segundo ela, a orientação partiu dos médicos, pois corre o risco da criança nascer com a mesma doença. "Nunca tinha ouvido falar de glaucoma, agora estamos sempre pesquisando sobre o assunto", conta. Ela e o marido fizeram exames a fim de identificar se são portadores da doença, mas o resultado foi normal. Ela desconhece caso de glaucoma na família. A doença tem fatores genéticos.

SERVIÇO

      A festa do Doutor do ABC do Instituto dos Cegos está marcada para o dia 13 próximo, às 9 horas. Informações sobre como ter acesso aos serviços, oferecidos pela Sociedade de Assistência aos Cegos pelo telefone 281-6111.


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