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Segunda-feira
- 30-04-2007

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BUSCA DE PROTEÇÃO
Médicos alteram rotina por causa de roubos


Horário de atendimento reduzido e reforço no sistema de vigilância. Essas são algumas medidas tomadas pelos profissionais da saúde para tentar se defender de assaltos às clínicas. Por causa da insegurança, os condomínios de consultórios médicos ganham cada vez mais espaço entre os profissionais

A morte do médico Waldo Pessoa, em dezembro do ano passado, foi o caso mais dramático de um problema que vem afligindo médicos e clientes nos últimos meses: a insegurança nas clínicas médicas e em seus arredores. Para fugir dos assaltantes, os profissionais da saúde estão reforçando o sistema de segurança das clínicas, alterando o horário de atendimento aos clientes ou, mais recentemente, instalando seus consultórios em condomínios de clínicas médicas ou shoppings empresariais.

Foto do Jornal O POVO
MÉDICOS investem em equipamentos
de segurança nas clínicas
por causa da violência


De acordo com os médicos ouvidos pelo O POVO, a ação dos criminosos ocorre de três maneiras: o ataque ao estabelecimento, envolvendo clientes e funcionários; a infiltração do assaltante, que se passa por cliente e chega a marcar uma consulta, e, por fim, o roubo de veículos dos pacientes, no estacionamento das clínicas.

A Polícia não tem uma estatística específica para crimes contra clínica. Os casos relatados são classificados como roubo a estabelecimento comercial ou roubo de veículos. O ortopedista Helládio Vasconcelos, há 37 anos na profissão, passou a ter problemas com a segurança de clínica nos últimos seis meses. Um cliente foi assaltado enquanto esperava ser consultado e outro teve o carro roubado em frente ao prédio no Meireles.

Para se precaver, o médico reforçou a segurança do prédio: colocou um portão mais seguro e adquiriu um sistema de vigilância eletrônica. "(A pessoa) só entra se tiver a consulta marcada. Tem de anunciar a chegada. Só assim o portão é liberado. Mas isso não quer dizer nada. Alguém pode entrar como cliente e me assaltar", comenta.

O medo de novos assaltos já fez estragos: o horário de atendimento, que se estendia até às duas da manhã, foi encurtado para a meia-noite. "Não por mim, mas pelos clientes", ressalta Vasconcelos. Vítima de um assalto há cinco anos, o ortopedista Wilson Pinheiro também passou a gastar mais com a segurança do prédio. Ele instalou um sistema de alarme, pôs grade e, desde então, não foi mais vítima dos criminosos.

No momento, o ortopedista não pensa em deixar o prédio que mantém, na Aldeota. A idéia, contudo, não está descartada. "Tenho isso em vista, mas aguardo um pouco. A idéia é essa (de sair). Hoje em dia, está um negócio sério a questão da segurança". Na época em que a clínica foi assaltada, ele afirma que teve colegas assaltados na mesma rua.

Dicas de segurança

- Levante o máximo de informações do funcionário antes de contratá-lo.
- Mantenha as portas com sistema de alarme ligado, sempre que o seu estabelecimento não estiver aberto ao público.
- Mantenha somente o dinheiro necessário na gaveta.
- Evite colocar propagandas e cartazes em vitrines que impeçam a visibilidade do lado de fora.
- Instale um dispositivo que anuncie a entrada de qualquer pessoa no seu estabelecimento comercial.
-Divulgue seu sistema de alarme através de placas colocadas em lugares visíveis.
-Desenvolva um sistema de ajuda mútua entre os estabelecimentos da sua área.
-Troque as fechaduras periodicamente, se o nível de demissões fora alto.
-Tenha mais de uma pessoa abrindo e fechando a loja.

Fonte: Extraído do livro "Viva em Segurança", da Corpvs Segurança.

Registros

14 de dezembro de 2006 - O oftalmologista Waldo Pessoa, 69, é morto com cinco tiros ao tentar reagir ao assalto em sua clínica, na avenida Bezerra de Menezes, no Otávio Bonfim. Um dos bandidos entrou na clínica e se passou por paciente, pedindo para marcar uma consulta. Logo em seguida, entrou o outro assaltante. Os dois renderam as atendentes, a filha de uma delas e mais quatro pacientes. Um dos bandidos se dirigiu à sala do médico. Houve troca de tiros, ocasionando a morte do médico e de um dos dois criminosos.

10 de setembro de 2006 - Uma clínica médica no bairro de Fátima foi invadida por quatro assaltantes e teve R$ 6 mil roubados. O dinheiro estava guardado em uma sala e seria destinado ao pagamento dos funcionários. No prédio em que se localizava a clínica, funcionava a Associação dos Diabéticos. O roubo ocorreu por volta das 14 horas, momento em que se encontravam no local tanto os funcionários da clínica, que aguardavam receber seus salários, quanto os da associação.

7 de dezembro de 2005 - Preso Arcendino Ferreira, 39, membro de uma quadrilha especializada em roubo de residências e clínicas médicas. O grupo é acusado pelo assalto à casa de uma capitã-médica do Exército Brasileiro, onde foram roubados jóias, dinheiro e equipamentos, e pelo roubo de uma clínica na Aldeota.
 

Nota de esclarecimento:
O Médico Waldo Pessoa era Presidente da Sociedade de Assistência aos Cegos - SAC na época que foi brutalmente assassinado.


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