Jornal O POVO
Domingo - 23-12-2012
Fortaleza - Ceará - Brasil
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PEQUENOS VOLUNTÁRIOS
"Histórias que levem alegria a outras crianças"
Depois de aposentada, a psicóloga Maria Cláudia Nogueira Lima, 62, viu que era chegado o momento de dedicar-se ao voluntariado. “Busquei uma área que eu soubesse lidar, mas queria um público diferente. No voluntariado, quis aprender mais”. Cláudia encontrou no Lar Amigos de Jesus “os meninos e meninas que buscava”. “Nunca tinha trabalhado com crianças e adolescentes numa condição tão específica. Não é fácil encarar o câncer, principalmente na idade deles”, comenta.
No Lar, a psicóloga vem vivenciando uma surpresa.
“Eu quem mais me beneficio, no fim das contas. Hoje, é uma alegria dedicar parte
do meu tempo a eles. Investir tempo de qualidade em uma criança tem o melhor dos
retornos, no presente e no futuro”.
Na Sociedade de Assistência aos Cegos, crianças participam como voluntárias do
Projeto Livro Falado. A ideia é ler histórias infantis ou outros livros para que
elas sejam ouvidas por crianças cegas. A motivação de Natali Castro Alves, 8,
veio da mãe, Vanusa Castro, 40, que é cega. “Eu gosto muito de ler. A história
da Chapeuzinho é a que mais gosto de contar”, aponta Natalie.
Já a criatividade é quem comanda a contação de histórias do menino Pedro Ian
Brito, 12. Ele é cego e as histórias que narra - “mais de 50 já” - são
inventadas por ele próprio, na hora da gravação. “As inspirações vêm do meu dia
a dia mesmo. Penso em histórias que levem alegria para outras crianças.
Quanto ao voluntariado, Natalie e Pedro são orgulhosos. Em analogia a uma das
histórias que Pedro inventou, ele define o valor da ação. “O carpinteiro que,
mesmo depois que ganhou muito dinheiro, não deixou de trabalhar. Eu acho um
trabalho bom e ninguém me paga por isso”.
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