Jornal O POVO
Quinta-Feira - 02-10-1997
Fortaleza - Ceará - Brasil AM do Povo/CBN abre o microfone para as crianças de Fortaleza
Ser criança feliz é também se preocupar com a natureza, com os que
são maltratados pela família, discriminados. Para fazer chegar essas preocupações às
autoridades, AM do Povo/CBN coloca o microfone à disposição da garotada. |
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Segundo a Diretoria-Executiva da AM do Povo/CBN, Fátima Abreu, durante todo este mês
a equipe de reportagem da emissora estará nas escolas, hospitais e praças públicas com
o microfone aberto para que a garotada dê sua mensagem. Ela observa que a proposta vai
sair da gaveta e cobrada aos órgãos públicos e a sociedade como todo uma resposta para
as inúmeras preocupações das crianças. As declarações serão inseridas nos
intervalos da programação. O primeiro contato da reportagem foi com as crianças que
estudam no Instituto dos Cegos.
Elas não ficaram inibidas com o microfone. Muito pelo contrário. Falaram sobre os
preconceitos enfrentados pelo deficiente visual, das habilidades que têm para arte, o uso
do computador na aprendizagem e também do sofrimento das crianças maltratadas pela
família.
Marlin Rodrigues da Silva, 11, lamenta o fato de muitas crianças serem rejeitadas pela
família. Ele lembra que os noticiários estão sempre falando de maus-tratos, de
agressões praticadas pelas mães. Quem faz isso com o filho precisa ser advertida e
caso não melhore, é melhor levar a criança para o SOS, pois lá será amada.
O apelo de Maury Rodrigues, 13 anos, é para que a sociedade reconheça o potencial do
cego e não o discrime no mercado de trabalho. Podemos ser tão inteligente quando
os que enxergam e antes de falar, dê uma chance. Marcela Proença, 8, conta que ser
cega não impede de brincar, cantar e aprender a usar o computador. Landalberto Almeida,
14, declarou que perdeu a visão há cinco anos, mas não a vontade de estudar e vencer na
vida.
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