Jornal O POVO
Terça-feira - 04-08-1998
Fortaleza - Ceará - Brasil
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879 aguardam transplantes no Ceará

A captação de órgãos para cirurgia é considerada lenta pela Central de Transplante do Ceará. A unidade, responsável pela captação e distribuição de órgãos, funciona há quase dois meses.

Os médicos que trabalham com transplante ainda consideram lenta a captação de órgãos realizada pela Central de Transplante do Ceará. Mas segundo informações da unidade, que funciona há quase dois meses, das 24 notificações de potenciais doadores feitas nos meses de junho e julho foram concretizadas a retirada de oito córneas, dois corações e quatro rins. No caso do transplante renal o número permanece estável. De janeiro último a julho deste ano, por exemplo, foram realizados 20 com doador cadáver, enquanto no mesmo período do ano passado, 19. No Ceará, a Central tem cadastradas 879 pessoas aguardando a realização de transplante (371 renais, 500 de córnea e oito cardíacos).

Para o chefe do serviço de Urologia e Nefrologia do Hospital Universitário Walter Cantídio (Hospital das Clínicas), Ailson Gurgel, o trabalho não está sendo feito com a rapidez que era esperada, mas reconhece que a Central deTransplante está se organizando com segurança. Ele diz que a unidade é importante, pois assumiu a busca de potenciais doadores, a captação e a distribuição de órgãos.

O chefe do setor de Transplante do Hospital Geral de Fortaleza (HGF), Ronaldo Esmeraldo, considera lento o processo de absorção do papel que a central tem que desempenhar. Ele diz esperar que o trabalho da equipe seja incrementado a partir de agora.

A enfermeira Eugênia Filizola, da Central de Transplante do Ceará, avalia que o trabalho de busca de potenciais doadores realizado em hospitais apresenta um resultado significativo com uma notificação por dia. Ela observa que ainda existe o problema da família não concordar com a doação, mas hoje a sociedade já está mais conscientizada.

Segundo ela, não houve diminuição do número de transplante. Em 1997 foram feitos um transplante de coração e dois de válvula. Enquanto de janeiro a julho deste ano, três de coração e 32 de córnea. Eugênia Filizola diz que o cadastro de candidatos à cirurgia está aumentando aos poucos, uma vez que muitos pacientes estão atualizando os exames. Os que dependem do Sistema Único de Saúde (SUS) esperam mais tempo, uma vez que a demanda nos laboratórios é grande. O paciente antes do transplante faz em torno de 30 exames.

A SITUAÇÃO DOS TRANSPLANTES NO CEARÁ

Transplantes realizados no período de Janeiro a julho de 1998
* Renal - 20;
* Córnea - 32;
* Coração- 3

Centros de Transplantes Hospital Geral de Fortaleza
* Hospital Universitário Walter Cantídio (Hospital das Clínicas)
* Hospital do Coração de Messejana
* Hospital Alberto Baquit (Instituto dos Cegos)
* Hospital Santo Inácio (Juazeiro do Norte)
* Hospital São Francisco de Assis (Crato)
* Hospital Antônio Prudente (solicitou credenciamento pelo Sistema Único
de Saúde - SUS)
* Central de Transplante do Ceará (Unidades responsáveis pela captação e
distribuição de órgãos para fins de transplante)

Cadastrados para transplantes
* Renal - 371 (prontos para cirurgia);
* Córnea - cerca de 500;
* Coração - oito pacientes preparados

- Telefones da Central (plantão 24 horas): 800-1520 e 488-2122

Fonte: Central de Transplante do Ceará

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