Imagem do Simbolo SAC NA PONTA DOS DEDOS

Sociedade de Assistência aos Cegos - SAC
Ano II - Nº 37 - Fortaleza, 04 de Março de 1999
Boletim diário editado e impresso em braille e tinta na
Imprensa Braille Rosa Baquit
Fortaleza - Ceará - Brasil
http://www.sac.org.br
Imagem do Jornalzinho SAC NA PONTA DOS DEDOS

Bom dia leitor

   Ler é um convite irrecusável ao prazer e a diversão. É uma viagem no mundo da imaginação.
   Ler é o encontro das palavras, formando expressões, dando a vida mais graças e mais emoções.
   Ler é um salto de asas abertas é um mergulho profundo nas águas do conhecimento.
   Ler tem cheiro de terra molhada, tem o doce da fruta madura, tem a beleza das ondas da praia.
   Ler, às vezes parece sussurro, as vezes parece grito, tem um quê de toque macio acariciando o infinito.
   Ler é adormecer no sonho e, acordando, poder mudar a realidade.
   Agora, delicie-se, pois ler é bom demais!!!

"O homem vive de RAZÃO e sobrevive de SONHOS.
(Unamuno)

   Atenciosamente,

Elisângela Nojosa
Professora do Instituto
de Cegos Dr. Hélio Góes Ferreira

Fique Esperto

A alegria tem seus doutores

   Uma vida saudável inclui alegria. Possibilitar às crianças e adolescentes hospitalizados, às suas famílias e aos profissionais da área de saúde a experiência da alegria, pura e simples, em meio à tensão do ambiente hospitalar, é a missão dos "Doutores da Alegria".
   Usando o humor como recurso essencial, nossos artistas-atores, profissionais altamente especializados nas áreas de teatro clown e técnicas circenses, recebem treinamento médico específico para desempenhar, com todo cuidado e eficiência, seu trabalho ao lado de jovens pacientes, auxiliando-os a superar os traumas inerentes aos processos de enfermidade e internação, restituindo a alegria como parte integrante de suas vidas. Dessa forma, a cada ano, 25 mil visitas individuais a leitos hospitalares são realizadas, sob a supervisão direta das equipes médicas dos hospitais onde o programa é desenvolvido.
   Em seus descontraídos "plantões e consultas", os Doutores da Alegria adaptam as clássicas habilidades circenses - mágica, malabarismo, mímica, improvisação e música - a inusitados "procedimentos médicos", tais como transfusões de milk-shake e extrações de mau humor.
   Os efeitos
   Os Doutores da Alegria procuram sempre colocar seu trabalho à disposição da criança, ao invés de impor uma performance; afinal, muitas coisas já são impostas a ela no processo de internação. Assim, numa ação interativa em que a reação da criança é que coordena as atividades, ela tem a chance de resgatar um pouco de controle sobre sua vida e seu corpo. A regularidade das visitas - duas vezes por semana, em um período de seis horas - faz com que a criança possa esperar pelos palhaços, criando uma saudável expectativa de brincar e se divertir.
   É esta experiência da alegria que, acreditamos, permite o contato da criança como seu lado mais saudável, motivando-a a recuperar-se mais rapidamente e abrir-se para o tratamento e a relação com médicos e enfermeiras. É assim que nos percebemos dentro do hospital, trabalhando em parceria com esses profissionais.
   Por que o palhaço?
   Imagine-se num quarto de hospital, no meio da tarde, quando o tempo demora para passar e você tem tempo para pensar em tudo o que está doendo, ou que não está bem. A porta do seu quarto se entreabre e você vê passar uma enfermeira; vê passar um médico; vê passar um palhaço... Basta isso para mudar o ambiente. É simples e ele não precisa nem interagir com você. Só sua passagem já causa um estranhamento suficiente para ajudá-lo a mudar seu foco de direção.

A experiência da alegria faz com que a criança se recupere
mais rapidamente, abrindo-se para o tratamento e para a
relação com médicos e enfermeiras

   Em toda a história da humanidade, um arquétipo está sempre presente, sob as mais variadas formas: o palhaço. Movido pela espontaneidade infantil, ele é capaz de olhar o mundo por uma ótica completamente pessoal, uma lógica própria que transforma a realidade à sua volta; e faz isso naturalmente, sem nenhum esforço, sem medo de ser ridículo, exatamente como a criança.
   Assim, uma criança cercada de tubos e fios numa UTI deixa de ser, para o palhaço, uma imagem impressionante para se tornar um convite à exploração: o que haverá por trás de todos aqueles fios? Onde estará a sua essência? Como posso estabelecer contato?
   E, por fim, a magia do palhaço começa a envolver a todos e a permitir que, por alguns momentos, a realidade árida seja substituída por outra, de surpresas e inúmeras possibilidades. A única certeza que ele tem a cada encontro com uma criança é que não se tem a mínima idéia do que vai ocorrer; tudo vai depender do que ela propuser. O fundamental é estar presente e atento, pronto para ouvir e "ler" a criança em suas comunicações e sutilezas.
   O projeto Doutores da Alegria está hoje organizado como uma associação sem fins lucrativos - Amigos dos Doutores da Alegria - que conta com doações pessoais e de empresas.
   É filiado ao programa original "Clown Care Unit", do Big Apple Circus de Nova York e seus programas-ir-mãos, "Le Rire Medecin" (Paris, França) e "Die Klown Doktoren" (Wiesbaden, Alemanha). Contando com o patrocínio da ltaú Seguros, uma parceria que já dura três anos, o projeto está presente em seis hospitais de São Paulo: N. Sa. de Lourdes, Albert Einsten, Emílio Ribas, A. C. Camargo, do Mandaqui, e Hospital da Criança do HC.
   No presente momento, estamos trabalhando em nosso planejamento estratégico, com apoio da associação de ex-alunos do MBA da USP planejando um futuro de alegria para o Brasil.

Wellington Nogueira é coordenador do projeto Doutores da Alegria, em São Paulo.

(Matéria extraída da Revista Veja - 98)

Espaço Aberto
Momento de Reflexão

   Deus, eu agradeço por ter nascido e por todos as mudanças que fizeste em mim.
   Deus, eu também te peço que as pessoas vivam bem e saibam aceitar as suas mudanças.
   Deus, muito obrigado por estar hoje, estudando, vivendo e aproveitando todos as mudanças na minha vida e em meu corpo.
   Muito Obrigado.

(Oração escrita pelo aluno da 5ª série
Haroldo Júnior, do Instituto de Cegos Dr. Hélio Góes Ferreira)

Horas do Riso

   Malucos são transferidos de um manicômio num avião. Já em pleno vôo, o piloto, cansado de pedir aos loucos, pelo alto-falante que parem de jogar o co-piloto:
- Talvez atendam você. Vá falar com eles pessoalmente.
O co-piloto saiu da cabine e foi até o compartimento de passageiros.
Daí a pouco ouvem-se gritos horríveis. Depois o silêncio é total.
Quando o co-piloto volta, o piloto pergunta:
- Incrível! Como é que você conseguiu?
- Fácil, mandei-os jogar bola na rua.

(Antônio Marcos, aluno da 5ª série do Instituto de Cegos
Dr. Hélio Góes Ferreira.)

Um dia especial para você!

   Só desperta PAIXÃO de APRENDER,
   Quem tem PAIXÃO de ENSINAR!

"Enquanto acreditarmos em SONHOS, nada é por acaso."
(Henfil)

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