Sociedade de Assistência aos Cegos - SAC |
Bom dia leitor |
Joseana Lopes Gomes
Professora do Instituto de Cegos Dr. Hélio Góes Ferreira
"Quando nasce uma criança, compreendemos
que Deus ainda tem Fé nos Homens".
(Terezinha)
A fase preparatória é muito importante na vida
escolar da criança deficiente visual. É, pois, fundamental que o profissional que
trabalhe com a criança portadora de deficiência visual esteja o mais preparado e
consciente possível, para que realize um trabalho eficiente a fim de alcançar os
objetivos a que este se propõe.
A Sociedade de Assistência aos Cegos, na sala de Jardim I B Visão
Subnormal (estágio), tem 9 crianças matriculadas e freqüentando a Escola no Turno da
Manhã; dentre essas, duas crianças estão em processo de adaptação e existem também
crianças que tem deficiências múltiplas - por exemplo, deficiência visual associada a
paralisia cerebral - e aluno portador de epilepsia.
Essa sala foi preparada visando contribuir para a educação da
criança portadora de deficiência durante sua fase preparatória. Dentre os estudos
selecionados as áreas afins de:
- Psicomotricidade - que trata dos movimentos, conceito do cargo, como
também direcionalidade.
- Treinamento na área sensorial como por exemplo: percepção,
identificação, discriminação, localização, memória auditiva, exploração de
reconhecimento, manipulação, independência, defesa, autonomia desempenho.
- Atividades de vida diária: Treinamento de visão Subnormal,
Educação Física, Dinamização, músicas, atividades de leitura, Psicologia.
- Atividades para desenvolver a memória, ordem, seqüência lógica
(através de jogos pedagógicos)
- Trabalhando a socialização, criatividade, semelhanças e
diferenças e aprender brincando.
Levando em conta essas características e buscando concretizar o
máximo possível a aprendizagem, usando criatividade com responsabilidade, tenho certeza
de que nossa turma obterá sucesso!
Os Direitos da Criança
1. A criança deve ter condição para
desenvolver-se física, mental, moral, espiritual e socialmente, com liberdade e
dignidade.
2. A criança tem direito a um nome e a uma nacionalidade, desde seu
nascimento.
3. A criança tem direito à alimentação, moradia, lazer e serviços
médicos adequados.
4. A criança prejudicada física ou mentalmente deve receber
tratamento, educação e cuidados especiais.
5. A criança deve crescer amparada por seus pais e sob sua
responsabilidade, num ambiente de afeto e de segurança.
6. A criança tem direito à educação gratuita e obrigatória, ao
menos nas etapas elementares.
7. A criança, em todas as circunstâncias, deve estar entre os
primeiros a receber proteção e socorro.
8. A criança deve ser protegida contra toda forma de abandono e
exploração. Não deverá trabalhar antes de uma idade adequada.
9. A criança deve ser protegida contra práticas de discriminação
racial, religiosa ou de qualquer índole.
10. A criança deve ser educada num espírito de compreensão,
tolerância, amizade, fraternidade e paz entre os povos.
Declaração dos Direitos da Criança aprovado pela ONU em 20
de novembro de 1959.
Conhecendo a Sala de Reabilitação
A Escola que tem um compromisso social vai muito
além da mera transmissão de informações como instituição de educação; precisa
criar um contexto em que os valores éticos se desenvolvam nos estudantes.
Além de um conjunto de valores que toda escola precisa trabalhar em
busca da formação para a cidadania como honestidade, responsabilidade, coleguismo e
cooperação, a escola, como instituição de Educação e Ensino, se propõe a criar
melhores condições para que os processos de ensino e de aprendizagem se desenvolvam de
maneira eficiente e eficaz.
Na Sociedade de Assistência aos Cegos foi constituída a Sala de
Reabilitação que faz atendimentos a 11 alunos devidamente matriculados e freqüentando,
para se reabilitarem aprendendo o Braille, Sorobã, Dosvox, cursos profissionalizantes,
Orientação e Mobilidade, Atividades de Vida Diária e assim capacitados poderem exercer
as funções que antes de perderem a visão realizavam.
Consciente dessa tarefa de formar esse cidadão para participar da
sociedade, está preparada toda Equipe Multidisciplinar: professores e técnicos,
dispostos a alcançar seus objetivos de ensino e adequar esse aluno ao contexto social que
por vezes o discrimina, mostrando assim que o D.V. é tão capaz quanto o indivíduo dito
"normal".
Diante desse aspecto, o aluno visa:
- num esforço constante aproveitar as condições criadas pelo
profissional do ensino em busca da construção cada vez mais ampla e profunda de seu
próprio saber.
- A contínua busca de autonomia no processo de aprendizagem, isto é,
de uma capacidade de análise crítica dos conhecimentos propostos e da elaboração
pessoal de novos conhecimentos.
- Por um espaço constante de superação de seus próprios limites,
não se contentando com o mínimo de produção intelectual, mas buscando o máximo da
mesma.
Nesse contexto:
O professor é o profissional de ensino. Ensinar, no enfoque adotado
pela escola é criar condições favoráveis para que o aluno desenvolva suas relações
com o conhecimento já construído através dos tempos pela sociedade e construa sua
própria representação destas relações, isto é, construa seu próprio conhecimento.
Portanto, o aluno é o produtor do conhecimento e o professor o
catalizador do processo de aprendizagem.
A paz está ameaçada, cada
vez que vida um direito
da pessoa humana.
(J. Paulo II)
Você Sabia...
Educação formal é o processo de crescimento e aquisição de conhecimento e habilidades que acontece na escola.
O sábio que não diz o que sabe é como
uma nuvem que passa e não traz chuva.
(Provérbio Árabe)
Espaço Aberto
Sou como a brisa fria da manhã
que vaga no espaço.
Sou recriminado pelo que sou,
pelo que faço,
Sou como o vento impetuoso
que não pára de soprar.
Não tenho pousada,
nem onde morar.
Sou como uma folha seca
que se separou de outras verdes,
caindo na brisa mansa.
Não tenho amigos, nem carinho ou esperança.
Sofro de sede e fome,
sou chamado moleque vadio.
Na negra escuridão da noite choro de frio.
Sou temido, rejeitado, excluído,
Aqui na terra; não nos céus.
Disso eu tenho certeza,
pois sou filho de Deus.
Elias de Oliveira
Louis Braille A história de Louis Braille é a de um homem que
conseguiu muito lentamente o reconhecimento do valor de sua obra. Durante a sua vida, seu
sistema só foi conhecido na escola onde ele estudou e foi professor. De início, as
pessoas relutaram muito em mudar os métodos insatisfatórios usados para educar as
pessoas cegas. Foi apenas no fim da vida que o uso de seu sistema começou a se expandir.
E, mesmo assim, a significância de sua realização permaneceu obscura para o mundo
durante muitos anos.
Trechos do livro "Louis Braille: sua vida e seu sistema" (Fundação para o Livro do Cego no Brasil, São Paulo, 1978, 2ª edição), redigido por Jurema Lucy Venturini e Teresinha Fleury de Oliveira Rossi (adaptação de Ana Paula Pimentel).
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