Jornal TRIBUNA DO CEARÁ
Quinta-feira - 08-08-1985
Fortaleza - Ceará - Brasil
Família Baquit Otoch perde um sustentáculo: morre Yeda


Foto do Jornal TRIBUNA DO CEARÁ
A Família vela a grande líder

      "Se o mundo tivesse muitas Yedas, seria bem melhor" - com esta frase a empresária Tânia Sancho delineOu o perfil de dona Yeda Otoch Baquit, que morreu às 17h30mm de terça-feira, fulminada por uma ataque cardíaco, no consultório médico em São Paulo. Seu corpo chegou em Fortaleza às 3h05min, de ontem sendo velado na própria residência, à rua Osvaldo Cruz, 640.
      Os amplos jardins da casa de sobrado foram pequenos para receber tanta gente, das mais diversas categorias sociais, que ali estavam unidos num só sentimento de pezar e tristeza pelo desaparecimento repentino daquela que era considerada como o "pilar" o "baluarte", o "pivô central" da família Otoch Baquil.

INCONFORMADOS

      Aos 54 anos de idade, sempre alegre, decidida, contando ao seu redor com o carinho e o amor do marido Alberto Baquit e dos seis filhos vivos, pois recentemente perdeu Alberto Raquit Júnior, ela mobilizava a todos. Sua palavra era sempre de orientação, e sem querer impor, via as suas idéias cristalizadas. No último domingo, resolveu ir a São Paulo para acompanhar o tratamento médico que uma neta sua faria naquela cidade paulista, onde a família tem Industrias e aproveitou o ensejo para fazer um "check-up". Por ironia do destino, quando se consultava, sentiu o ataque fulminante. Dona Yeda estava acompanhada da esposa do diretor da Finobrasa em São Paulo, o Dr. Mendel Steinbruch. Imediatamente, todas as providências foram adotadas e o corpo chegou num jatinho. às 3h05min da manhã de ontem e o enterro aconteceu às 16 horas, no Cemitério São João Batista.
      A família, inconformada, chorava ao seu redor, numa comprovação que realmente estava liderando até na última hora, com sua aparência tranquila. O seu irmão, José Abraão Otoch, lembra que ela era uma líder, uma boa irmã e excelente amiga. "Sua morte foi brutal.." Deyb Otoch recorda que ela era cheia de vida, gostava de movimentação, de ter muita gente ao seu redor, sentia-se bem organizando festinhas familiares e sempre auxiliava aos que batiam a sua porta, pedindo ajuda.
      Dona Yeda Otoch Baquit era díretora-tesoureira da Sociedade de Assistência aos Cegos do Ceará, sendo sua grande incentivadora e benemérita, era conselheira da Fiação Nordeste do Brasil, da qual seu marido é o diretor presidente, e conselheira da Fiação Jangadeiro S/A, também dirigido pelo seu marido.
      A Finobrasa, de São Paulo, também de sua propriedade, conta com alguns sócios, entre os quais. Jacks Rabinovich, que acompanhou o translado do corpo de dona Yeda. Ele contou que a conhecia a 16 anos. e o telefone informando de sua morte "foi uma terrível surpresa", pois ninguém esperava. "Ela era , uma mulher inteligente, de fibra, notável mesmo. Uma pessoa simples de qualidade humana surpreendente. Era, sem dúvida, o pivô central da família, a mão forte para todo e qualquer problema".
      O ex-delegado regional da Sudene, Cel. Elias de Oliveira lembra que era uma pessoa extremamente bondosa, sendo o sustentáculo da família, "Recordo que dona Yeda se desmanchava em atenções quando íamos passar um fim de semana em sua casa de Paracuru. Qualquer residente de sua fazenda em Quixadá tem um preito de gratidão por ela, de modo que a sua bondade não era apenas dirigida para os membros da família, os amigos, mas para a comunidade. Antes de ser o diretor do escritório da Sudene, já a conhecia e tinha um inter-relacionamento familiar dos melhores".
      Outro amigo da família, que estava sem condições de expressar seus pensamentos, era o Secretário de Saúde do Estado, médico Elias Salomão Boutalla, que, no seu entender destacou o perfil de Dna. Yeda, o de uma mulher dócil, sábia e desprovida de vaidades, pois tudo que ela pudesse fazer pelos pobres, seus protegidos, ela faria, "é a imagem de Dona Nadja, que também muito admirei". Dona Nadja era a genitora de Dona Yeda.
      Dona Tânia Sancho, diretora do Banco Popular de Fortaleza, amiga da família enlutada, disse que dona Yeda era uma pessoa que ajudava a todo mundo. Todas as famílias amigas estão hoje aqui para externar o sentimento de pezar e a lacuna que agora se abre tanto no campo familiar, quanto no social não tem limite, sendo impreenchível. "Era notável o seu trabalho de ajuda a Sociedade dos Cegos. Se o mundo tivesse muitas Yedas, seria bem melhor".
 

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José Abraão Otoch: "sua morte
foi brutal"

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Jack: "era a mão forte da
família"

   

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Elias Salomão: "uma mulher
dócil"

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Tânia Sancho: "uma obra
social sem limite"

   

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Elias: "dotada de bondade
comunitária".


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