Jornal TRIBUNA DO CEARÁ
Sexta-feira - 16-09-1994
Fortaleza - Ceará - Brasil
Imprensa Braille e sala de áudio-locução
serão inauguradas na proxima segunda-feira


Atendimento do
Instituto dos Cegos será agilizado

      O Instituto dos Cegos comemora segunda-feira próxima, 53 anos de fundação, inaugurando três serviços de ampliação do atendimento aos deficientes visuais do Ceará: a Imprensa Braille Rosa Baquit, o auditório Francisco Pessoa de Almeida e a sala de áudio-locução José Esmeraldino de Vasconcelos. Até a próxima quarta-feira, serão desenvolvidas atividades recreativas, palestras e conferências, dentro da Semana Social da Pessoa Cega, cujo o objetivo, além de comemorativo, é conscientizar a sociedade de que deficientes visuais, apesar de serem diferentes não são inferiores às outras pessoas. Têm limitações, mas podem ser se devidamente estimulados e assistidos, tão capazes como qualquer outro profissional.

      Com uma escola especial para cegos, um banco de olhos e um hospital onde são realizadas cirurgias de pequeno, médio e grande porte, inclusive de transplantes de córnea, o Instituto dos Cegos tem ainda atendimento ambulatorial, com uma média que varia de 70 a 100 consultas diárias. A sua clientela conta ainda com assistência médica, odontológica, psicológica, enfim, uma equipe multidisciplinar que atende aos cegos em todos os seus problemas.

      Somente este ano foram realizados 63 transplantes de córnea, e segundo a assistente social Socorro Alencar, ainda existem 300 pessoas cadastradas, aguardando doações. “Esse número de transplantes não é o ideal, devido a grande carência, mas existe uma necessidade muito grande de doadores. Essas dificuldades o Instituto vem tentando vencer através de campanhas de sensibilização da sociedade. A resposta ainda não é totalmente satisfatória, mas já existe alguma sensibilização”, diz Socorro.

      Ainda de acordo com a avaliação da assistente social, a deficiência visual ainda é encarada com certo preconceito no Ceará, e isso dificulta o desenvolvimento das pessoas portadoras, sobretudo da cegueira completa. O Instituto vem investindo na melhoria do seu atendimento, visando diminuir esses problemas. Ela considera um grande passo a inauguração da imprensa Braille, que é a segunda do Brasil, e vai resolver a questão da atualização dos livros e publicações que integram o acervo de estudos dos cegos. “Antes, nós tínhamos que esperar os livros de São Paulo, que chegavam, as vezes com um ano de atraso. Hoje, até uma revista semanal como a Veja, é lida pelos nossos alunos com atualidade.


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