Clávio Nunes
Servidor Público
(Transplantado em 1997)


O aprimoramento das relações humanas passa, necessariamente, pelos atributos da obstinação e da humildade – o que, sem dúvida, é marca registrada da Sociedade de Assistência aos Cegos, um lugar verdadeiramente especial.

Clávio Nunes

Exteriorizo essa assertiva por ter pleno conhecimento de causa. Conheço muito bem o labirinto angustiante daqueles que carregam consigo uma mazela ocular. Em junho de 1997, após um ano e sete meses de espera, fui submetido a transplante de córnea naquela instituição. Senti a peculiar sensação de desconforto e medo, todavia, o apoio que me foi dispensado na Sociedade de Assistência aos Cegos, sob todos os aspectos, foi importantíssimo ao triunfo da cirurgia, bem como do pré e do pós-operatório. Reuniões mensais instrutivas; consultas e exames periódicos; procedimento cirúrgico; retiradas de pontos na córnea aos domingos (cinco domingos); acompanhamento pré e pós-operatório, sempre assistido pelo dileto Dr. Francisco Waldo Pessoa de Almeida – um médico exemplar. E nada, absolutamente nada me foi cobrado. Nunca desembolsei um único centavo, até porque serviços profissionais até podem encontrar correspondência em pecúnia, mas carinho, amor e dedicação não têm preço. Filantropia, na verdadeira acepção da palavra, é isso!

Angariei muitas amizades na SAC e, desde então acompanho seu funcionamento. Sua estrutura física e profissional; suas atividades, suas metas, seu desempenho, seu crescimento patrimonial, enfim, considero-me um aficionado por essa entidade e, reitero aqui, meu compromisso, de ser um colaborador dessa apoteose do bem-fazer.

O trabalho que tem sido desenvolvido na SAC, os avanços obtidos, especialmente nos últimos anos, é motivo de muito orgulho para todos. A conclusão do novo hospital (já em pleno funcionamento), a Imprensa Braille Rosa Baquit, o incentivo na área do esporte, da música, a universalidade de procedimentos médicos e cirúrgicos disponíveis, além da freqüente capacitação do seu excelente quadro funcional são exemplos claros da constante preocupação da Diretoria Executiva da SAC na satisfatória execução dos seus serviços.

Deixo aqui meu registro de gratidão e meu manifesto de orgulho por ser paciente e, sobretudo amigo da Sociedade de Assistência aos Cegos – uma entidade que não só ensina a “ver” o mundo, mas ensina a sentir o calor humano das pessoas!

Fortaleza-Ceará, 15 de Janeiro de 2003

Clávio Nunes

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LINDA MENSAGEM LIDA NO VELÓRIO DO  DR. WALDO PESSOA

UM MITO NÃO MORRE JAMAIS

Nascestes já com missão predeterminada;
No plano terrestre estivestes a serviço do bem;
Uma dedicação, um desvelo, um amor sem igual;
Deixastes, verdadeiramente, a tua marca nesse mundo;
Tua obra, tuas ações, tua conduta permanecerão para sempre.

Ficarás na memória e na retina de tantos que curastes;
Estarás sempre presente em cada alicerce, em cada tijolo, em cada parede da Sociedade de Assistência aos Cegos, que tanto suor e lágrimas derramastes para construir;
Viverás eternamente em todas as conquistas e vitórias que obtivestes em prol da suas maiores paixões: a medicina e a Sociedade de Assistência aos Cegos;
Não se ausentarás um só instante dos nossos pensamentos e da nossa admiração.

Não haverá esquecimento que possa atingi-lo;
És inesquecível; imagem de homem, atos de santo; fisionomia terrena, virtudes divinas;
É caro Waldo! O Pai Celestial não pôde mais declinar da companhia e do auxílio de um filho tão especial;
Viajastes para o céu, mas deixastes um legado de obras e ações que o transporta ao plano dos imortais.

Permanecerás vivo pelas suas virtudes,
Pelo enorme e ilimitado contributo que ofertartes aos mais necessitados, às crianças carentes, aos idosos desamparados;
Permanecerás vivo em cada verso, em cada poesia, em cada trova, através das quais fortes merecidamente homenageado.
Permanecerás vivo pelo Troféu Sereia de Ouro, pelo título de Cidadão de Fortaleza, pelas inúmeras comendas conferidas pela comunidade médica oftalmológica;
Permanecerás vivo por ser único; Insubstituível na dedicação e intangível pelo exemplo de ser humano, muito embora fosse ser humano apenas na aparência, porque era santo na essência.
Um mito que fica para a posteridade, porque um mito não morre jamais!

Clávio Nunes
15/12/2006


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