FISIOTERAPIA
É de amplo conhecimento público que o Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei n° 8.069 de 13/07/1990, Art. 53, Cap.04, reza: "A criança e o adolescente tem direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparando-os para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-lhes igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; direito de ser respeitados por seus educadores". |
De acordo com esses princípios básicos, é que a Sociedade de Assistência aos Cegos - SAC, preocupada com o futuro das crianças - criou em março/94 a Unidade de Prevenção e Combate à Cegueira Cel. José Bezerra de Arruda, e nela vem investindo de forma incansável, combatendo dentro do possível, processos patológicos causadores da deficiência visual e tratando com recursos e técnicas específicas patologias já instaladas.
Composta de uma equipe interdisciplinar tem como
objetivo principal integrar as crianças de 0 aos 12 anos portadoras de deficiência
visual pura e baixa visual (visão subnormal) a integração completa no contexto
familiar, educacional e social. |
Há algum tempo se pensava que a visão das crianças deficientes visuais podia se desenvolver ao máximo, sem treinamento. Agora sabemos que a visão é uma função que se aprende e que sua qualidade pode ser melhorada durante o período sensível. Como os bebês com visão normal, os bebês deficientes visuais precisam aprender a acomodar, a buscar com seus olhos e adquirir a convergência.
Todas essas funções são necessárias para obter uma
imagem clara na retina, para permitir a fusão de imagem de ambas as retinas no cérebro. |
Através da intervenção precoce, compreendemos as necessidades de
cada criança, e facilitamos a construção de conhecimento como um todo, através da
interação e comunicação com o outro. Procuramos despertar a curiosidade, o interesse
pela descoberta do mundo, estimulando a iniciativa e autonomia dos pacientes, inclusive em
sala de aula, orientando as professoras do maternal ao jardim II.
Procuramos ainda estimular a construir o seu sistema de significação através da
conexão com o real por meio da integração e reorganização do sistema sensório-motor,
completando assim a absorção das informações táteis-auditivas insuficientes para
compreensão e formação da imagem do todo.
Incentivamos a conquista da autonomia e independência pelas Atividades da Vida Diária
(AVD) e Orientação e Mobilidade.
Através de técnicas psicomotoras descubrimos com eles o prazer pelo movimento, e com
técnicas criativas visuais procuramos dar função à luz estimulando e trabalhando todo
o resíduo visual existente, como também o interesse por objetos significativos concretos
(mamadeira, copo, colher, etc.) criando assim a organização das suas imagens e
sistematizando limites.
Inútil seria se o apoio da família, não existisse. O maior das evoluções são devidas
a pais presentes atuantes, e que participam integralmente do programa de intervenção.
Afinal, preparamos o homem de amanhã, e esperamos nas suas reações sólidas, a
descoberta do equilíbrio da criança que está sendo trabalhada hoje.
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