SOCIEDADE DE ASSISTÊNCIA AOS CEGOS
60 ANOS
Ensinando a Ver o Mundo
Blanchard Girão
Páginas: 158-159
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PRESENÇA DO ESTADO
À fase primitiva com aquele
corpo docente liderado por Esmeraldino Vasconcelos, sucedeu uma outra, através da cessão
pelo Governo do Estado de algumas professoras para atender ao crescimento do Instituto. Na
gestão de Dona Neusa Fonteles Rocha, por sinal das mais eficazes, estabeleceu-se como que
um convênio, embora não publicado em Diário Oficial, entre a SAC o Governo estadual,
via Secretaria da Educação. Era esta que indicava o professorado, inclusive, em certas
ocasiões, os próprios diretores. O Estado nomeava seus servidores e os lotava na SAC,
mais precisamente no Instituto, como se este fora um departamento da administração.
Dona Rivalda, discreta, não comenta em detalhes essa etapa da
existência da sua escola querida, mesmo porque se deu bem com todos, ou quase todos,
oriundos dos quadros da Secretaria da Educação, que passaram a ensinar ali, para tanto
adaptando-se à sistemática da pedagogia típica de um curso destinado a pessoas
deficientes da vista.
A Sociedade, se não tinha custos com o corpo docente, oferecia
toda a base estrutural a sede, luz, água, material de limpeza, etc enquanto
do Estado vinha também a merenda escolar. Que às vezes faltava, pouca para o já
numeroso corpo de alunos. E Dona Rivalda pressurosamente saía em busca de algo para o
lanche da meninada.
Eram aproximadamente trinta e cinco professoras dos quadros do
Estado e do Município, boa parte já entrosada com a metodologia própria do ensino
voltado para os deficientes visuais.
Em 1996, Dona Josélia Almeida assumia a presidência da SAC,
considerando de boa norma criar um efetivo corpo docente da Sociedade, de acordo com o
projeto de reestruturação administrativa da entidade. Dirigiu-se a cada uma das
professoras, convidando-as a integrarem a equipe do Instituto, mas sob o regime da CLT.
Por razões particulares, nenhuma aquiesceu ao convite.
A essa altura, a escola já dispunha de algumas professoras
especializadas sem vínculo com o serviço público e, com apoio nelas, os cursos não
sofreram solução de continuidade. Todavia, não eram em número suficiente para atender
ao crescimento do Instituto, cujas matrículas aumentavam a cada período letivo.
A direção da Casa procurou, então, o Conselho Estadual de
Educação para obter o aval e o prazo indispensáveis à formação de um mais amplo
corpo docente para assegurar o perfeito andamento curricular das várias séries do Ensino
Fundamental especializado alí ministrado.
Do Conselho, a SAC conseguiu assim, nessa época, a autorização
oficial para implantar o seu curso de formação de professoras para deficientes visuais.
Esse curso não se restringia apenas à especialização dos
docentes do Instituto. Estava aberto a quantos se interessassem em freqüentá-lo, desde
que portadores de graduação em Pedagogia.
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